sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O tamanho do meu universo


dema

Qual o tamanho do meu universo
que canto em prosa e mais vezes em verso?
É do tamanho do meu pensamento,
quando encarnando todo o sentimento.

Será do tamanho da dor que sente
qualquer mãe que perde o filho pra droga,
da insensatez do juiz inclemente
que, pra decidir, vende a própria toga.

Mede a injustiça que a Justiça faz
sem a venda nos olhos pra julgar;
ao invés de a Deus, serve a Satanás,
mas no meu mundo não tem seu lugar.

É tal o nojo que enjoa a criança
quando forçada para o coito adulto
pelo canalha a merecer vingança
dos meliantes que lhe negam indulto.

É do tamanho das guerrilhas bestas
que ceifam vidas de pobres soldados,
que fazem órfãos bebês inda em cestas.
Que as travem, pois, os comandos malvados.

Tem o tamanho da fome etíope,
dos acres de soja e canaviais;
a dimensão desse sistema míope
priorizando só os capitais.

É mensurado por toda a incultura,
fruto da mídia ao servir o poder,
pra manuseio da massa em moldura
de garantia de ali apodrecer.

Tem o tamanho do amor egoísta
quando espezinha a fiel companheira,
que se apegada a um sentir altruísta
por filhos se humilha até a vida inteira.

Medido tal como o individualismo
que hoje permeia toda sociedade,
reclamante, mesmo com cepticismo,
de um pouco mais de solidariedade.

Mede, contudo, mais exatamente,
minha vida plena de solidão.
É da largueza do que tenho em mente
e da grandeza de meu coração.

 


 




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