Um abraço a ambos.
Ademar
Meu amigo Afonso de Souza Cavalcanti
Paz e Bem.
Saudações Franciscanas
Acabo de receber o seu livro intitulado “Caminhos da Vida: Passeio ou Ocupação Contínua em 60 Anos “.
De fácil linguagem, por isso posso lhe dizer: li-o numa passada. Comecei assim que recebi e terminei à noite, na escola. E como não podia ser diferente, rascunhei estas poucas linhas.
Você me levou a rememorar o meu tempo de criança e de juventude. Levou-nos, antigos companheiros, a rever as nossas dificuldades e as nossas esperanças, as nossas conquistas e as nossas frustrações.
Nossa vida poderia ser bem diferente, mas foram os caminhos percorridos que hoje nos conduzem às vielas da existência e a gritar: venci.
Nestes dias, eu dizia para o Edélcio: “não vim para Aparecida pra me casar. Vim para atendera um chamado, como também não nasci para dar aulas,no entanto, faço isso há 33 anos.”
Gostaria de ter tempo ocioso para conversar com cada um de vocês, jogar conversa fora, rememorar os quatros anos de SRSA e, assim, mergulhando naquele passado, trazer à tona a riqueza que cada um tinha e tem. Entretanto, a vida segue e isso não está acontecendo. Já são passados 36 anos desde que nos separamos.
É interessante relembrar que os padres acreditavam em nossos tacos.
Há tempos, tive a oportunidade de conversar com o Dorivaldo, que me revelou coisas dantes não sabidas. E o Edélcio também. Numa mensagem, disse-me este, muito superficialmente, que quando chegamos, a nossa vocação adulta contrastou com a dele e de outros, vocações de crianças; e muitas outras coisas, que ora desimportam relatar.
Naquele tempo, tive problemas de adaptação. Chorava muito pelos cantos e não me era fácil adequar ao grupo. Havia colegas legais, mas também outros que queriam me ver longe dali. É bem verdade que tenho um temperamento difícil, mas eu precisava vencer. Nunca fui acostumado a estudar em demasia.
Falando do Ademar, eu sabia que ele havia passado por outro seminário, mas não que tivesse sido da Congregação dos Sagrados Corações. Conheci muitos integrantes desta instituição: Pe. Aloísio, Pe. Henrique, Pe. Jair, Ir. Ediberto e outros , inclusive alguns que faleceram e de cujos nomes não me recordo. O Pe. Délcio, que deixou o ministério... Cheguei a dar aulas para alguns seminaristas deles. Também não sabia do seu apelido “Tiné “, que havia perdido o “pá” e o “te” de Patinete.
Deus não escreve por linhas tortas, mas por linhas certas. A esperança não é a última que morre. Na verdade, ela não morre.
O Ademar disse que a turma era da pesada. Não porque eram obesos, mas porque eram excepcionais e expoentes: na música, nas letras, no teatro, no futebol.....E eu tive problemas em me adequar com essa cultura.
E quem não se lembra do Jandaia dando aulas de história dentro do próprio seminário? Quem sabe não foi lá que ganhou uns trocados para comprar o fusca amarelo. Deveria ser uma “brasília amarela”. Gostei da caminhoneta da Willis.
Numa das fotos, aparece o Marcelino. Sumiu ? E o Rosalvo Bispo ? Tinha um outro que ficou por pouco tempo, de cujo nome não me lembro. Tinha acabado de sair do exército.
Certa vez tirei o um dez numa redação. Victor Hugo pediu que fizéssemos uma intitulada “Perfil Psicológico de Um Professor”. Este foi o segundo na originalidade, porque quando cursava a Escola Normal, uma professora determinou a leitura de “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos. E qual foi o exercício? Falar do Nordeste, tendo como pano de fundo o conteúdo do livro.
Meu amigo Afonso, resta-me felicitá-lo pelos sessenta anos. E como o homem foi criado para viver 120 anos, você está só na metade. Parabéns. Viva Sto. Afonso. E que você possa viver e animar os lugares por onde anda. Que a Virgem de Aparecida cubra-o de bênçãos, e de igual modo aos seus. E ao Ademar, que se fez presente no seu livro, o nosso abraço. Inté mais.
Cunha.
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