sábado, 4 de abril de 2009

SE ME FALTA O DOM DA POESIA



DEMA




Ah! tivesse eu o dom da poesia,
perspicácia prá enxergar beleza nas flores,
vislumbrar inocência na algazarra das crianças,
captar a alegria no cotidiano das pessoas!!!...

Se eu pudesse...

mensurar o desmedido vazio interior dos extrovertidos,
o arrependimento na alma dos inveterados,
a pureza de espírito das mulheres depravadas,
a maldade ínsita no coração dos inocentes,

meus versos não estariam a trafegar
inutilmente o infinito,
mas ressoando em eco nas galáxias.

Se me falta o dom da poesia,
por que não versar de amor,
dádiva universal aos homens
do Criador derramada?

Mas volto a mim e quase nada encontro,
senão a mágoa da existência efêmera.
Por que, então, declamá-la em versos,
se para o Universo será desvalor?

Se me falta o dom da poesia,
não permita, Deus, me frustre pela ausência dita.
Livre – me, Iavé, desse vazio,
dê-me um trago de tal elixir!

Conceda-me ao menos a graça
de dizer como alguém dizia:


“A gota cristalina
que contemplas na pétala de uma flor
fala-te, com certeza, de alguma riqueza
que lembra o sublime encanto
que imprime nas almas
o brilho fulgurante do amor.”


Ah! ...tivesse eu o dom da poesia.!!!...

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