segunda-feira, 10 de junho de 2019

Desfecho



dema

Chove torrencialmente, chove.
Pátio alagado.
No peito, coração aos saltos.
Aproxima-se o sim.
Medo, pavor, segredo.

A campainha soa:
uma donzela molhada, uma rosa
e um desejo: Seja feliz!
(Mentiroso e desgraçado desejo,
encharcado de chuva e de lágrimas...)

Lá longe, mais alguém chora.
Engasga-se com os próprios soluços.
Súbito, estupidamente, quebra a taça.
Pelos cacos, o amor escapa.
(Por que te vais, oh vida minha?)

Buquê nas mãos, véu e grinalda,
a noiva espera que a chuva passe
e o carro a leve para a matriz.
“Velvet, costuras de amor”.

Amante, amada, prometida.
Que desgraças, meu Deus!
Lágrimas e solidária solidão.






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