dema
Com que haverá de se preencher
o imensurável vazio humano,
tamanha ausência de perspectiva
da razão cada vez mais insana(?)
Busca exaustiva e cotidiana,
ausente em mente o que se procura.
Maior o tentame, mais obscura
a esperança de achado instantâneo.
Mas, afinal, que papel lhe cabe
neste universo em devir-mistério,
co’eterna força pra dilatar-se
em novas eras, novas esferas(?)
Pensando raso, nada descobre
e, se profundo, então se confunde.
Onde a noção da própria existência,
o móbil do vivo a se suster,
porquê dos credos, leis e não-leis,
da crença fútil na eternidade;
por almas nobres e generosas;
quem esse ser que se auto devora
e, ante o incógnito,
se apavora,
posto outrossim crie o virtual,
aspire ao belo e o reverencie;
quem esse ser assim tão sedento
de deuses, mitos e rituais;
um mendigo mini, um mini rei,
tão demônio quanto semideus?
Súbito, desce o facho de luz,
fá-lo entender-se na claridade:
não figurar mais que ser-procura
no querer pra si felicidade;
único elã da humana ventura,
há de ser ela quem o seduz.
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