dema
Meu sangue eslavo corre sofrido
com a cor cinzenta do oprimido,
por bizantino, antes, romano
e muito tempo por otomano.
Mas hoje é bósnio-montenegrino,
macedônio, sérvio-croata,
“voivodino”, herzegovino;
não de barata nem de matar,
não menos búlgaro ou kosovar,
flui esloveno, quiçá romeno;
(amo em terra, choro se ao mar);
de continentes eu sou esquina,
raiz, talvez, da malvada sina.
Que Alá me proteja
em mesquita e igreja;
creio ortodoxo, rezo italiano,
Abdallāh e Cristiano,
paradoxo não heterodoxo.
Tudo em mim, episódio,
amor e ódio
de imperador, comunista
ditador, monarquista;
republicano, nacionalista.
Rendo glórias a Lazar,
grito vivas a Tito,
o lado sérvio fã... de Slobodan,
(valha-me Deus!)
el carnicero dos Bálcãs
─ dizem meus outros eus.
Patriota idiota.
A paz me entedia,
tal como a rakia,
a guerra me apraz.
Morro mais de uma vez,
muito mais...
Ver em DEMASILVA
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