quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Giros e orbitais


dema

Cada giro um dia,
orbital um ano.
Se por sorte,
se por engano,
viu a luz,
traçado o plano.
Menino pobre,
mas “menino homem”,
não era tolo,
não passou fome.
Deixou o ninho inda bem cedo,
aventureiro, sem medo.
Dedicou a Deus doze orbitais,
fez dos amigos irmãos e pais.
Enveredou-se pelas humanas,
sobremodo greco-romanas:
Sociais e Filosofia,
História e Geografia,
até um pouco de Teologia;
depois Direito e pós-graduado,
mas não mestrado.
Mais uma dúzia de translações
consagradas à sociedade:
regeu discentes,
regeu escola;
o salário, quase esmola,
mais parecia ser caridade.
Com esposa e filhos, não havia jeito,
era preciso mudar de eito,
trocou de ofício com sacrifício.
Cobrar imposto, ah, que coitado!
“Isso é pesado, é pra Zaqueu,
mas se alguém o faz, que seja eu” _ dizia _
“Se não o fizesse, outro o faria”.
Que o Senhor seja louvado!
Ganha amigos, outros irmãos;
é respeitado, de coração.
Bodas de prata neste mister
marcam o giro de dar adeus,
rezar com fé e agradecer
a Deus e aos amigos seus
ora se impõe por gratidão,
sinceridade e obrigação.
Esquecê-los, jamais,
dizer-lhes apenas: “até mais!”
Quem sabe elípticas ainda restam,
como também outros devaneios
em seu caminho inda a trilhar
antes que cheguem últimos “ais”
do pré-traçado e abraçado fado.
Por ora, amigos, deixa o abraço,
diz “Até mais!”
sem rituais.

 


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