"NUNCA É TARDE" é um blog que divulga ideias e produções que podem incrementar sua bagagem cultural. Traz textos profissionais, religiosos, literários, filosóficos, dentre outros.
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sábado, 3 de setembro de 2011
CENÁRIO
dema
Na cozinha anexa ao banho E vice-versa, Arquibancada à esquerda, pra deleite do que especta, Tento enroscar torneira à luva do tubo hidráulico Em terminal de pia, mas o cano não seguia... Então a ducha no chuveiro do quartinho já sem porta... Mas onde? Cadê o duto, a luz, nem porta. Importa?
Qual Sidarta em ioga sobre o piso frio, a filha sorridente, Pagando pena pelo craque d’antes, Jorra em bicas sangue flúido de feridas “cem”, Cujas cascas arrancara pro cruento sacrifício. De repente se levanta e ascende à arquibancada Pegando bonde com o amigo do irmão. Este a sorrir inconseqüente.
Completa o quadro a ex-namorada, Também sobre o piso frio esparramada, Inda bela, meiga, mal contente, À cena ausente. De mim nada quisera, homoafetiva se revela. Pior não fosse, pedófila donzela, atarracando ao peito A neta da vizinha. Também de pronto se levanta, Escala a arquibancada arrastando a inocente. Quando assentada, desnuda-se como àquela, E põe-se a afagá-la no regaço em longo passe.
Na pia, nada de torneira. Todo mundo sorria. Onde a porta do banheiro, o chuveiro, a luz ...o travesseiro?
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