dema
Que hoje se apague o sol,
que a lua brilhe noutros prados;
pra longe a visão do arrebol,
somente os pensares macabros.
Talvez seja efeito de El Ninho,
minha alma está seca e fria,
por certo há de estar doentia,
repugna-lhe amor ou carinho.
Que o céu se cubra de preto
com rajas de roxo e laranja,
tal como este poemeto
que a musa malvada me arranja.
Espero o troar do trovão
rasgando o silêncio maldito
e seguir o estrondar do tufão
o mais horripilante grito.
Ei, vulcão, derrame suas lavas,
devaste a planície ao redor!
Tsuname, destranque suas travas
e invada onde achar melhor!
Que o fogo devore a floresta
e destrua a vida que resta;
se movam as placas da terra
co o fim do que a era encerra.
Que as feras circundem esse antro
e suas garras arranhem minh’alma.
Ganindo, afugentem meu pranto
e advenha-me aos poucos a calma.
Que o amor, se for forte, enfrente
a tristeza interior e da mente;
se vencer, me reponha a alegria
pra aguardar o renascer do dia.
...
"NUNCA É TARDE" é um blog que divulga ideias e produções que podem incrementar sua bagagem cultural. Traz textos profissionais, religiosos, literários, filosóficos, dentre outros.
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