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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

 
BADALAM SINOS
 
 
 
 
 
 
 
dema



Por que badalam os sinos,
se festivos não badalam?
Por quem badalam os sinos
se tão fúnebres se embalam?
 
Não é a hora do Ângelus
nem da missa das crianças,
não os tocam os arcanjos
nem são toques de esperança.
 
Nenhum féretro anunciam,
não há guerra se acabando.
Porque o Papa renuncia
nenhum sino sai tocando.
 
Badalam em meus ouvidos
ritmados, soberanos;
de tão fortes, vêm zunidos
timpanite provocando.
 
Ah, histórias fabulosas,
das antigas catedrais
ou memórias nebulosas
de tempos medievais.
 
De colheitas com abundância,
de coroações reais;
de lembranças da infância,
dos castelos irreais.
 
Mas impera uma tristeza,
e jamais se  viu igual;
há um convite do sepulcro,
sem nada de virtual.
 
Sons que eriçam-me os cabelos,
com insistente redundância;
chego até fazer apelos
à “machine” em ressonância.
 
Será prévia da partida,
pra depois um déjà vu;
será  eco de uma vida
que não sei se bem vivi?
 

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