Páginas

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Estranho desejo

dema
De repente me entrevejo
com vil e estranho desejo:
ser pueril, juvenil,
mas com a mente subtil.

Cabeça em chama destoa
de um corpo há tempos à toa,
que nem mais sabe se inflama,
colhe o que o ciclo reclama.

Insta a qualquer um viver
da juventude, a imagem,
da madurez, o saber,
e da harmonia, a bagagem.

A vida faz-se perversa:
quando se quer, não se pode;
mas se se pode, não quer;
- ah, vice-versa reversa!

Nada mui fácil seguir
por entre perdas e ganhos.
Como daquelas fugir,
já que até destes me acanho?
Se vera mestra a vida,
aguardo, portanto, que diga
por onde quer que eu siga
pra saciar-me na lida.

Sinto que o dorso é cansado,
porém, a alma inda almeja
unir-se a quem a deseja
rumar-se para outro fado.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

PERDIDO


dema

A vida passa voando,
mas agora sou eu quem voa.
Venho, não sei desde quando,
nem de onde ou qual rumo tomo.
Vou me levando pela vida à toa.
Não fiz o plano de voo,
sequer sei quem foi que mo deu,
mas me perdoo.
Terá vindo pronto de Deus
ou proveio de algum gnomo?
Se me atiro para o infinito,
(há estrelas no meu caminho?)
ofusca-me a luz e eu grito,
ao voar cego e sozinho.
Queima-me o sol as retinas,
cerradas já me as meninas.
As sombras da noite não as sinto.
Perdido no espaço me encontro,
no tempo estou como menino
e a quem quer que seja não minto:
espero com a vida o reencontro,
pra traçar o meu próprio destino.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

SEM AMIGOS

dema
Às vezes tenho muita dó de mim,
por me fazer um tanto quanto só.
pois não me acho, entre os vivos, tão ruim,
mas do começo ao fim, sei que sou pó.

Desço garrafas com um copo apenas,
peço uma caneta e um guardanapo,
talvez escreva então algum poema
pra não me sentir um tão ignóbil trapo.

Quisera ter alguém ali comigo,
pra bebericarmos toda a desgraça.
Rogaria a Deus que fosse um amigo
e em choro, juntos, dela acharmos graça.

Passam se os dias, como adormecidos
por esse torpor que me entristece a alma,
bem melhor seria nem os ter vivido
e se alguém eu vira, fora eu vivalma.

Ao remar enfim, ness’obsolescência,
volto à juventude a cavar lembranças,
nelas vislumbrando alguma evidência,
meus velhos amigos, quanta abundância.

De há vários anos, não sei que é sorriso
ou que possa ser boa gargalhada.
Certo é, bem sei, é disso que preciso
pra levar a vida em leve empreitada.

Quanto mais subsisto, mais me convenço
de que a ilha sofre com a maresia.
Deambulo alhures pela vida e penso:
sem amizade não se faz poesia.

Pior até mesmo é que não se vive,
quando perduro, não passo de engano;
se não a tenho, não há o que me prive,
enquanto não passe para outro plano.

domingo, 15 de julho de 2012

Lançamento de "Sabor de Pecado e outras essências"

Add caption


Assis Editora : 28/06/2012

Escritor uberlandense (Ademar Inácio da Silva) lança livro de poemas.
Obra pode ser adquirida junto à Editora Assis, pelo link



Confira notícia completa em:
  Lançamento de Sabor de Pecado - em www.demaisilva.com.br



segunda-feira, 9 de julho de 2012

Rita Peripato no Lançamento de "Sabor de Pecado"

Minha amiga Rita Peripato declamando "A vida" no lançamento oficial do livro "Sabor de Pecado e outras essências" - em 28/06/2012.

Muito obrigado, Rita, pelas palavras mais que gentis.

                            A vida, por Rita
 

sábado, 7 de julho de 2012

ENESER 2012

Prezados amigos da UNESER,




Bem que gostaria de estar presente ao ENESER de 2012, mas o conflito temporal de eventos e a força das circunstâncias me impedem de dele participar. Há muito tempo quero fazer chegar um “oi” ao nosso Pregador, Pe. Dorivaldo, depositário antigo de minha amizade, do meu respeito e elevada consideração. Que meus companheiros de turma o façam por mim. Que Edélcio, Laerte, Adilson, Cavalcanti, Perdigão, Carvalho e meu guru Dezidério lhe transmitam o meu abraço e o calor da amizade.

Oportunamente, faço votos de que o encontro seja proveitoso. De que mais uma vez os egressos vivenciem intensamente o espírito redentorista. Que a mensagem espiritual emanada de Deus pelo pregador aos participantes aja reavivando e fortalecendo a vivência cristã redentora. Que seja um instrumento fortalecedor da unidade dos membros da UNESER.

Parabéns à Diretoria e demais pessoas que se entregam à realização do evento.

Meu fraternal abraço.



Ademar Inácio – Uberlândia/MG – em 07/07/2012
 

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Neoamar



dema
Um sorriso amarelado
sobre um choro magoado, velado,
por um finado amor sem florir,
que feriu sua alma de morte,
e, por (in)sensatez da sorte,
não lhe fez mãe uma vez.
Glória inglória, satisfaz o instinto
como tia Inez.
Durou quanto durou,
mal nascido amor,
se durado se pode dizer
de um sentir camuflado
fadado a esmaecer.
Esvaiu-se aos poucos a chama,
e da cama, em vindas e idas,
à ida sem vinda.
Sucumbir é preciso
ao sentir (re)negado,
pra, de vez, (re)nascer
e na alma incutir o matiz do céu azulado
e o verde do mar,
para um neoamar.
Quem assim fez,
feliz à vez.
Que se apague o passado,
se valide o presente
e do futuro se faça
um novo achado.
Que haja de a vida valer,
inda que por metade,
a futura saudade.