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quarta-feira, 4 de julho de 2012

Neoamar



dema
Um sorriso amarelado
sobre um choro magoado, velado,
por um finado amor sem florir,
que feriu sua alma de morte,
e, por (in)sensatez da sorte,
não lhe fez mãe uma vez.
Glória inglória, satisfaz o instinto
como tia Inez.
Durou quanto durou,
mal nascido amor,
se durado se pode dizer
de um sentir camuflado
fadado a esmaecer.
Esvaiu-se aos poucos a chama,
e da cama, em vindas e idas,
à ida sem vinda.
Sucumbir é preciso
ao sentir (re)negado,
pra, de vez, (re)nascer
e na alma incutir o matiz do céu azulado
e o verde do mar,
para um neoamar.
Quem assim fez,
feliz à vez.
Que se apague o passado,
se valide o presente
e do futuro se faça
um novo achado.
Que haja de a vida valer,
inda que por metade,
a futura saudade.

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