dema
Uma dor de adaga cravada no peito,
a ausência tua na minh’alma implanta;
dera Deus, à morte, tamanho direito
de roubar-te a vida e me levar ao
pranto?
Ponho-me a pensar e nunca compreendo
esse elã estranho que impulsiona o
ser;
depois, num piscar, o que se achava
sendo
faz-se então inerte para apodrecer.
Eis que apavorante, desesperador,
é saber que hoje, talvez amanhã,
quem te alegra a vida, quem te dá
amor,
irá te deixar sozinho no divã.
Será covardia querer ir primeiro
e assim evitar a dor da ausência tua
ou eu sobreviver, tendo a alma nua,
quando já estiveres noutro paradeiro
(?)
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