dema
Sou vulcão ensandecido,
ávido por derramar lavas incandescentes
sobre a cidade.
Lá, onde a ganância atropela os incautos,
o tráfico destrói as famílias,
o poder surrupia do povo.
Mas lá também onde se ama
e se faz gente,
se solidariza, se canta, se faz festa.
Eu, vulcão ensandecido indeciso:
como enterrar a cidade má e boa?
Sou pior do que os maus?
Melhor do que os bons?
Não sou demônio e nem Deus.
Não estou fora, mas dentro.
Sucumbo, paulatinamente,
em meu tormento.
Sou vulcão ensandecido
e me derreto
por fora e por dentro.
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