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segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Humanidade: civilização e barbárie


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Sob prisma particular de análise, a humanidade é autofágica. Contraditória em si mesma, comporta a tendência para o bem e para o mal. Realiza-se de forma cíclica, sobrepondo fases de auto-rebeldia e de calmaria.
Ao mesmo tempo em que aprimora conhecimentos e tecnologias, utiliza-os para autodestruição. Ser humano e humanidade são conceitos muito próximos, podendo o primeiro representar simultaneamente o individual e o coletivo, enquanto o segundo alcança a extensão da espécie humana em seu contexto histórico, dos primórdios ao futuro.
Egoísta por natureza, a humanidade recusa-se efemeridade e almeja eternidade. A ganância de poder, sob as mais variadas formas, se lhe faz presente, seja em âmbito pessoal, seja coletivo e sob plataformas diversas, política, econômica, social, religiosa. Tudo se presta a motivo para domínio do outro.
A redução ou inexistência de valores morais, éticos, leva à banalização da vida e de princípios, induzindo ao confronto com normas de conduta, quer naturais, quer civis (legais ou religiosas).
Ao que me parece, o século XXI exemplifica um momento crítico da história humana. A rebeldia exacerbada, mesmo fundamentalista, joga por terra o respeito aos direitos naturais e conduz à negativação da pessoa. Qualquer pretexto político, social ou religioso opera a justificar o confronto com a ordem vigente, interna ou internacional. Sofrem as minorias toda sorte de exploração e condenação, mormente em áreas desprovidas de ou com frágil poder político.
Costumo afirmar que o final do século XX e o início deste XXI presenciam uma involução generalizada da humanidade, quando atitudes de grupos humanos nos induzem ao entendimento de que ela renuncia à civilização em prol da barbárie.

O que esperar do comportamento coletivo predominante? Para onde caminha o homem? É de se desejar que o barbarismo passe rápido, substituído por um comportamento mais moderado, mais civilizado, nesse processo rotativo de idas e vindas.

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