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sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Sob a luz do sol da tarde


dema

No palco da vida inda sou protagonista. Percebo, de repente, que meu linguajar vai, aos poucos, tipificando-se. Por mais me esforce a empregar os verbos no presente e no futuro, deparo-me com a predominância do passado. Vejo aí sinonímia com senectude. Posto isso não me deprima, me entristece. Toca-me o vislumbre do ‘termo ad quem’ de minha efemeridade.
Sinto dourar-me a luz do sol da tarde.

Enquanto se dão as rotações nas translações, vou angariando amigas vitalícias, para, juntos, eu, artrose, hipertensão, trombofilia e surdez, darmos boas-vindas à aurora de cada manhã restante. Indubitavelmente outras virão se unir ao grupo, com o intuito de participarem do ápice dessa tragicomédia vital, a preceder o fechamento das cortinas com choro e plausos.

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