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sábado, 5 de setembro de 2015

Hodierna barbárie

dema

Na encruzilhada do desespero,
a carência do abandonado
vê passar com pressa o foragido.
O expurgado atropela o medo do futuro,
enquanto a esperança do moribundo
sublima a dor da morte iminente.
Ouve-se, contínuo, o grito silencioso dos oprimidos,
recrudescido pela fome das crianças etíopes.
A intolerância xenofóbica compete acirradamente
com o ódio à paixão "unigenérica".
Na ampla circunscrição do entorno,
vicejam, em paisagem paradisíaca,
a ganância de poder,
a falsidade política
e a usurpação do patrimônio coletivo.
Célere, prospera, nesse ridículo universo,
a banalização da vida.
Aqui, inserto e submerso, sobrevivo em redoma própria,
onde ainda se vibra com a conquista,
se festeja a amizade,
se chora um amor perdido,
se rejubila pelo encontrado,
e se  faz sentir intensamente a saudade.



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