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terça-feira, 11 de agosto de 2015

Porque te amo

dema

Jamais conheças a tristeza,
basta saberes ser-me, ela, antiga companheira.
Por favor, não me roubes a solidão
ou perderás o tesouro da alegria;
inda que em trajes de Vestal,
povoa-me a mente com arroubos de nuances líricas,
quando não mais pornografia putrefata.
É a mim que se apega.
Exsurges e adejas alto, mui acima dessa névoa espúria,
qual borboleta ninfa
a inebriar poetas lúgubres.
Preferível me viesses seminua,
no entanto, me excitas semideusa.
Impede meu pecado macular-te,
sob risco de afastar concreta ideia de pureza.
Para ornar teu trajeto,
externo ao círculo de fraqueza
a que me vejo circunscrito,
sonho orquídeas.
Fora dele, a melodia que entoas
faz-te musa dos meus versos mais sinceros.
És a negação da paz,
do atípico sossego de meu néant,
a razão de minha alma em turbulência,
porquê desta miserável pequenez.
Do seio do nada
envio-te deletérias mensagens de amor,
embora pretensas de portar o sublime.
Caso as leias, não te sintas afetada.
Melhor não ouses
retirar-me o mar de lama em que chafurdo,
fictícia existência.
Queda-te princesa, musa nobre!
Sê meu estro apenas!
Sê poesia do verso brotado à minha pena!

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