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sexta-feira, 24 de julho de 2015

Terra de ninguém

dema

      Às minorias vítimas de extermínio pela barbárie

Viver ou morrer,
há diferença?
Casa em escombros,
esposa estuprada,
sequestradas as filhas,
e o filho crucificado.

A quem matar?
Como morrer?

Se Deus existe, onde está?
Que chão é este?
E a gente que nos desbarata?

Por quê chorar, não há mais.
Secaram-se as lágrimas,
Aviva-se o ódio.

O pó das relíquias destruídas
alveja a terra do óleo negro,
que o sumo nosso insiste em fazê-la escarlate.
Vê-se a história saqueada.
Resta nada.

Onde o Ocidente?

Sobre a areia
umedecida ao borbulhante líquido das artérias,
órgãos esbugalhados lançam derradeiro olhar
sobre os próprios corpos acéfalos.

Alá, leva-me a outra esfera!
Mil vezes o pipocar da metralhadora!

Ergo os braços e corro
para estrangular a morte.
Vejo gotas vermelhas que espirram
e perseguem os projéteis que me vazam...
Cambaleio... camba... leio...
Não leio mais...

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