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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Enlevo

dema

Meu espírito se enleva no encontro com as coisas belas:
·        a ave livre a planar no céu azul com esparsas alvas nuvens;
·        o cintilar das incontáveis estrelas plantadas no infinito espaço-véu das noites enluaradas;
·        a gota cristalina pousada sobre a pétala encarnada desprendida ao orvalho da manhã, qual diamante a reluzir o brilho do sol que se alevanta;
·        imaginar o giro célere dos elétrons sobre o núcleo dos átomos sem jamais se colidirem;
·        idealizar a forma como os voltaicos bits se instalam, se organizam e se preservam num cartão de memória digital;
·        as águas transparentes e cantantes que descem saltitantes a cascata em meio à mata verdejante;
·        o vento que, à noite, uiva e penetra minha janela à beira-mar;
·        o mergulho da gaivota em caça à presa para o almoço;
·        a neve cobrindo o gorro da menina e a alvejar o seu casaco;
·        a força do pensamento que molda a decisão pelo sim ou pelo não;
·        a fragilidade do coração que se dobra ao império do amor e da paixão;
·        o corpo nu da donzela ao banho sob as carícias das espumas do perfumado shampoo.

Inebria-me a alma o sentir a tua entrega, o cafuné por tuas mãos aveludadas e o doce sabor dos teus quentes lábios.
Inebria-me a alma poder fazê-la feliz, quem sabe para a eternidade.

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