dema
Pensei fazer uma festa
nos meus trinta de casado,
sentei-me com minha mulher
pra escolher os convidados.
Começamos pelos Montes,
depois Vale, depois Prado;
não podemos esquecer
o amigo Chico Cerrado.
Instar a família Rios,
que mora perto dos Lago;
também o filho dos Mares
será nosso convidado.
Longe de nós Cachoeira,
pois que venham os Pereira;
ah, filha do Neca Pinheiro,
Sônia do velho Ribeiro.
Vejamos se Vera Rocha
pode com Selva falar,
e com Campos mais Cabrocha
que nos viram ante o altar.
Bem lembrados Oliveira,
pai de Joana Jatobá,
o Waltinho de Aroeira,
Carvalho e a noiva Zilá.
Já anotamos o Parreira
e Ieda Ferramenta,
após poeta Ferreira
e Goiabeira, a parenta.
Os Horta, os Pimenta e os Lima
poderão dar uma mãozinha
pra fazer clima de festa
até mesmo na cozinha.
Frutuoso e os Laranjeira,
os Leite e os Macieira
tragam os Chaves, os Machado
com Cruz e Correia ao lado.
Alegres com seus amores,
Flor, Floriza e Jasmim,
Dália, Rosa e outras Flores
estarão junto aos Jardim.
Não há faltar Margarida
nem Acácia ou Açucena;
se a primeira é tão querida,
as demais não fazem cena.
Jô Estrela e Jânio Quadros
far-nos-ão uma seresta,
chamarão compadre Sax
para animar mais a festa.
Pra botar fogo no frevo,
vem a turma da pesada,
turma boa, à qual me atrevo
em chamar de bicharada:
Os Leão, Gato e Carneiro,
Bezerra, Coelho e Galo,
Aranha, Lobo e Cordeiro,
depois dos Pinto eu me calo.
Mas da turma da folia
esses outros inda são:
Sô Leitão (não faltaria)
tal os Canário e os Falcão.
Para se evitar problema,
vêm Jesus e os São José,
Santiago e Madalena
e os Santos de muita fé.
Ao Batista pediremos
que arraste os Santa Rita;
do ’Spírito Santo temos
já seu cartão de visita.
Vamos deixar combinado,
para o que temos razão:
não queremos os Brochado,
muito menos o Tristão.
Que a festança seja boa,
nem precisa de presente.
Esteja seco ou de garoa,
_ sê bem vinda, minha gente.
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