dema
Imagina-te princesa
ou então minha rainha,
presente, por gentileza,
de minha fada madrinha.
Ainda que me quisesses,
feliz eu não te faria,
pois o amor me enlouquece
e ele te sufocaria.
No arroubo do desejo
eu me perco à tua imagem,
ao degustar o teu beijo,
não serei meu próprio pajem.
Desejar-te tanto assim
há matar os teus quereres;
ter-te, louco, só pra mim
sói minar os teus poderes.
Que trago eu a oferecer-te
senão amor egoísta?
Que prazer terás de haver-me,
se não ages masoquista?
És meu sonho de consumo.
Teu viço de juventude
desgoverna-me do prumo
me acentua a senectude.
Que de melhor há que a vida,
que romper os obstáculos?
Não importa se sofrida,
se ela é o próprio espetáculo.
Imagina-te princesa,
faze de ti a mulher
que fascina com a beleza
a quem bem a aprouver
Renuncio ao meu presente
em favor de tu’alforria.
Busco assim ser coerente,
inda que me contrarie.
"NUNCA É TARDE" é um blog que divulga ideias e produções que podem incrementar sua bagagem cultural. Traz textos profissionais, religiosos, literários, filosóficos, dentre outros.
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