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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Um olhar, uma piscadela...

dema

Havia uns olhos verdes raros
por detrás de uns aros claros.
Se não era feia, igualmente, não era bela...
Um olhar profundo e uma piscadela...

Foi esta fisgada assim
que me pôs fora de mim
e ocorreu na passarela,
certamente a vida dela.

Qual projétil sibilante,
acertou-me fulminante
esse vasculhar de alma;
expulsou a minha calma,
fez incêndio no meu peito,
mesmo sem qualquer direito,
obscureceu-me a mente,
me tornou homem demente.

Será a musa que faltava
e que há muito eu procurava
para inspirar o meu verso
e embarcar rumo ao universo?

Tão só um verde raro olhar
que se seguiu de um piscar
já se dando por bastante
para este poeta errante
pensar que se encontra a amar;
para encher-se de desejo,
sonhar com amor sobejo,
dês então pôr-se a cantar:

“Visão que passeia
bronzeada na areia
ao sol de verão,
vê meu coração!
Espanta a tristeza
e, por gentileza,
me abraça, me beija
em sabor de cereja!

Visão que passeia
bronzeada na areia
ao sol de verão,
vê meu coração!
Espanta a tristeza
e, por gentileza,
me abraça, me beija
em sabor de cereja!”

Havia uns olhos verdes raros
por detrás de uns aros claros.
Se não era feia, igualmente, não era bela...
Um olhar profundo e uma piscadela...




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