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sábado, 16 de abril de 2011

ESPERA

Dema

A moça passa
Absorta em lembranças
Da última transa,
Enquanto duas crianças
Se equilibram no carrinho de mercado
Que a incauta mãe empurra
Pelo saguão do aeroporto.
O relógio espreguiça de braços abertos
E lentamente mede em décadas
Os minutos de horas
Que antecedem a partida.
O banheiro na espreita
De minha quinta visita
E o barbudo de terno
Fedendo à pipoca
E celular ligado
Impede o raciocínio
Que me induz ao fecho.
Entre vozes,
Solitário,
Refugio-me
No sabor amargo
Do terceiro chope
Que tomei ao lado.
Como o nauta ao leme
Em nevoado mar,
Sulco o infindável tempo
De espera.
Ô miséria!!!

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