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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

MINHA ESCOLA

Prof. Adilson Cunha (Pindamonhangaba/SP)
05/12/2009


O ano que está chegando ao fim prometia. E se analisarmos em profundidade, concluiremos que não foi diferente. Hoje não existe escola boa nem escola ruim, pois uma série de fatores faz com que uma sobrepuje a outra. A clientela faz a diferença. A aplicação de um eleva o nível da escola toda.
Lá se foram o Saresp e a Prova Brasil. Duas avaliações de governos diferentes dentro de um mesmo país. Enquanto esta do Governo Federal, aquela do Paulista.
Dois mil e nove foram de investimentos e de reformas, tanto na escola como fora dela. Mas no ar fica um questionamento:
-----Por que será que o governo está derramando pecúnias pelo estado todo? Nos demais anos não havia recursos?
Mas falemos daquilo que aconteceu na EE “Prof. Antonio Apparecido Falcão”. Todos que deparam com placa, colocada visivelmente na entrada, ficam perplexos com o montante do investimento: meio milhão de reais. Mas no ar fica mais um questionamento:
----O que será que foi feito para ter consumido tanto?
Grande parte foi para a quadra. Foi feita uma nova poliesportiva. E o restante foi investido no prédio.
As empresas que ganham a licitação visam lucro. Quanto menor o custo, maior é a sobra. Ela entrega a conclusão daquilo que estava proposto, o estado recebe, mas, passado algum tempo, já está necessitando de novos reparos.
Voltemos ao prédio. O banheiro masculino, usado pelos alunos, em matéria de tempo, os funcionários trabalharam nele, quase todo o tempo que a empreiteira tinha em disponibilidade. O feminino foi mais rápido. Os bebedouros foram todos demolidos e refeitos. Só um detalhe: as torneiras não mais fecham. Se gasta água em demasia. E como falar aos nossos alunos sobre água? Como faremos se é um produto da natureza que está se escasseando?
Adentremos o pavilhão. Os banheiros internos, usados pelo corpo docente e administrativo, masculino e feminino, foram revisados. Melhor falando, foram quebrados e feitos novamente. Mas os questionamentos continuam no ar:
----Por que trocaram as peças que estavam funcionando? E agora: as águas jogadas no piso correm em direção aos ralos ou em direção às portas?
Durante o tempo de permanência da empresa no recinto escolar, faz-se barganhas, aconchavos, pois é muito dinheiro em jogo, e ela acaba fazendo algumas coisas que não estavam no planejamento. Tudo é oficioso. E a fachada vai ficando linda, bonita. Mas é preciso subir as escadas.
Subindo as escadas, chegamos aos lugares onde os alunos permanecem por mais tempo. E as perguntas vão fluindo.Questionamentos no ar:
---- Os quadros de giz foram reformados. Por que se têm dificuldades em escrever neles? Por que será que as tomadas elétricas não funcionam? Por que é preciso usar extensão elétrica?
A reforma da elétrica não fazia parte da planilha? Por que não fizeram como nos banheiros, jogando tudo no chão e fazendo tudo novamente? Por que não colocaram fios e conectores novos? Assim não precisava usar extensão elétrica de um recinto ao outro.
Vamos ao corredor. Ficou todo amarelado. Mas esqueceram que a tinta não adere aos tijolos refratários. Mais tarde os arrependimentos virão. Existirão outros recursos e tudo será feito novamente. Dinheiro público é assim mesmo: vai pelo ralo e lá na frente tem gente esperando pelas enxurradas. Mas ficam no ar os questionamentos;
----Falam do Plano de Aceleração do Governo Federal, mas o Governo Paulista também não tem o seu? Olhem as estradas vicinais que estão sendo reformadas. São milhões de reais espalhados pelo estado. Mas olhem, principalmente a qualidade dos serviços. É dinheiro público vazando pelos ralos.
A minha escola ficou bonita por fora, mas o pessoal que nela trabalha ainda não teve suas perdas salariais refeitas. Mas continua no ar o questionamento:
----O funcionalismo público não merece ser valorizado?
É preciso dar um cavalo para quem diz a verdade.
Até outra vez.

                                               ...

Um comentário:

  1. Para quem sabe ler, um pingo é letra. Interessa a fachada. Estamos em ano pré-eleitoral. Vê-se o dinheiro do cidadão na trajetória do financiamento do pleito.

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