Prof. Adilson Cunha (Pindamonhangaba/SP)
05/12/2009
O ano que está chegando ao fim prometia. E se analisarmos em profundidade, concluiremos que não foi diferente. Hoje não existe escola boa nem escola ruim, pois uma série de fatores faz com que uma sobrepuje a outra. A clientela faz a diferença. A aplicação de um eleva o nível da escola toda.
Lá se foram o Saresp e a Prova Brasil. Duas avaliações de governos diferentes dentro de um mesmo país. Enquanto esta do Governo Federal, aquela do Paulista.
Dois mil e nove foram de investimentos e de reformas, tanto na escola como fora dela. Mas no ar fica um questionamento:
Mas falemos daquilo que aconteceu na EE “Prof. Antonio Apparecido Falcão”. Todos que deparam com placa, colocada visivelmente na entrada, ficam perplexos com o montante do investimento: meio milhão de reais. Mas no ar fica mais um questionamento:
----O que será que foi feito para ter consumido tanto?
Grande parte foi para a quadra. Foi feita uma nova poliesportiva. E o restante foi investido no prédio.
As empresas que ganham a licitação visam lucro. Quanto menor o custo, maior é a sobra. Ela entrega a conclusão daquilo que estava proposto, o estado recebe, mas, passado algum tempo, já está necessitando de novos reparos.
Voltemos ao prédio. O banheiro masculino, usado pelos alunos, em matéria de tempo, os funcionários trabalharam nele, quase todo o tempo que a empreiteira tinha em disponibilidade. O feminino foi mais rápido. Os bebedouros foram todos demolidos e refeitos. Só um detalhe: as torneiras não mais fecham. Se gasta água em demasia. E como falar aos nossos alunos sobre água? Como faremos se é um produto da natureza que está se escasseando?
Adentremos o pavilhão. Os banheiros internos, usados pelo corpo docente e administrativo, masculino e feminino, foram revisados. Melhor falando, foram quebrados e feitos novamente. Mas os questionamentos continuam no ar:
----Por que trocaram as peças que estavam funcionando? E agora: as águas jogadas no piso correm em direção aos ralos ou em direção às portas?
Durante o tempo de permanência da empresa no recinto escolar, faz-se barganhas, aconchavos, pois é muito dinheiro em jogo, e ela acaba fazendo algumas coisas que não estavam no planejamento. Tudo é oficioso. E a fachada vai ficando linda, bonita. Mas é preciso subir as escadas.
Subindo as escadas, chegamos aos lugares onde os alunos permanecem por mais tempo. E as perguntas vão fluindo.Questionamentos no ar:
---- Os quadros de giz foram reformados. Por que se têm dificuldades em escrever neles? Por que será que as tomadas elétricas não funcionam? Por que é preciso usar extensão elétrica?
A reforma da elétrica não fazia parte da planilha? Por que não fizeram como nos banheiros, jogando tudo no chão e fazendo tudo novamente? Por que não colocaram fios e conectores novos? Assim não precisava usar extensão elétrica de um recinto ao outro.
Vamos ao corredor. Ficou todo amarelado. Mas esqueceram que a tinta não adere aos tijolos refratários. Mais tarde os arrependimentos virão. Existirão outros recursos e tudo será feito novamente. Dinheiro público é assim mesmo: vai pelo ralo e lá na frente tem gente esperando pelas enxurradas. Mas ficam no ar os questionamentos;
----Falam do Plano de Aceleração do Governo Federal, mas o Governo Paulista também não tem o seu? Olhem as estradas vicinais que estão sendo reformadas. São milhões de reais espalhados pelo estado. Mas olhem, principalmente a qualidade dos serviços. É dinheiro público vazando pelos ralos.
----O funcionalismo público não merece ser valorizado?
É preciso dar um cavalo para quem diz a verdade.
Até outra vez.
...
Para quem sabe ler, um pingo é letra. Interessa a fachada. Estamos em ano pré-eleitoral. Vê-se o dinheiro do cidadão na trajetória do financiamento do pleito.
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