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sexta-feira, 31 de julho de 2009

A conduta do homem

A conduta do homem


CAVALCANTI, Afonso de Sousa, Professor de Filosofia, Sociologia E Política Educacional Brasileira da FAFIMAN. E-mail: afonsoc3@hotmail.com


Os homens, dotados de possibilidades de desejo, de vontade e de razão; portadores de sensação, de imaginação, de comunicação, de sociabilidade, de interação com a natureza e com a sociedade, não podem ser tratados como coisas mas sim como sujeitos. Pelo fato de o homem ser sujeito, pessoa, é portador de possibilidades para conhecer e ao mesmo tempo de valores éticos. Estes valores determinam a personalidade e proíbem atos ilícitos como a exploração, o comodismo, a omissão e a geração de conflitos.
Os valores éticos apontam para o sujeito os seus limites, os seus controles contra todos os riscos e violências. Os valores definem a consciência moral e fazem com que o sujeito controle os seus desejos, os seus impulsos pessoais que são motivados pela pressão social. Através da consciência moral que é regida pela racionalidade, que o sujeito humano determina o chamado atos da vontade contra os atos do desejo. É a ação voluntária do homem que o impulsiona a tomar atitudes entre os meios e os fins. Muitas vezes os meios são imorais e cabe ao sujeito renegá-los. Aceitá-los é faltar com os valores éticos. A vontade necessita ser livre. A liberdade da vontade indica que o sujeito não está sob o poder de outros e nem de paixões e instintos. A vontade deve imperar sobre o sujeito regida pela racionalidade. A ética está no sujeito moral e este existe de fato, se a sua vida for dotada de virtudes.
O verdadeiro homem moral e ético é aquele que está para si, para os outros e para todas as coisas do mundo. Alguns atributos são indispensáveis a este sujeito moral e ético: a) perceber-se como sujeito dotado de capacidade reflexiva e ao mesmo tempo reconhecer os outros homens como seus semelhantes (iguais em humanidade); b) controlar seus desejos, paixões, instintos, sentimentos, através do livre arbítrio. Ao controlar-se, o sujeito decide e delibera sobre as diversas alternativas oferecidas pela natureza das coisas; c) agir e responsabilizar-se por suas ações, frente a si mesmo, aos outros e às coisas do mundo. Suas ações serão responsáveis na medida em que assume as conseqüências; d) tornar-se livre e senhor de si para reger seus sentimentos e ações e não se submeter às forças e aos poderes externos que interfiram em seus sentimentos e querer. Ser livre é poder autodeterminar-se através dos preceitos escolhidos por sua própria conduta.
O sujeito ético, como qualquer outro agente, coloca-se diante da passividade e da atividade. O sujeito passivo é aquele que vive uma moral heterônoma e se deixa dominar pela vontade dos outros, por seus impulsos, paixões, instintos, pela sorte indeterminada. Não se deixa levar por sua própria consciência, não é livre e nem responsável. O sujeito ativo vive uma moral autônoma e se limita nas virtudes, agindo com regras profundas que foram escolhidas livremente por ele. O mesmo controla seus impulsos, desejos, paixões e consulta a todo instante sua consciência moral que é dirigida pela razão. Ao mesmo tempo, considera os outros seres humanos e se afasta de qualquer tipo de subordinação, de violência e de má intenção.
A ética norteia a conduta dos homens e aponta valores para a cultura e a sociedade. Uma sociedade que cultiva os valores éticos julga antecipadamente os seus procedimentos e determina que todos os seus membros, movidos por fortes imperativos do dever ser, se afastem do crime e da violência, do mal e do vício. Como meta final aponta os caminhos do bem e da virtude.
A ética está presente em dezenas de ações intersubjetivas e sociais. Está na História, na política, na economia, na religião e em todas as ações sociais. Os meios exigem a presença da ética para que o sujeito alcance um fim justo. Não é viável um fim justo através de meios ilícitos. É impossível que uma liderança social seja bem sucedida e que os fins alcançados sejam morais, se os seus liderados forem subordinados por suas mentiras, invejas, crueldade, adulação, exploração.
A filosofia nos orienta no sentido causa e efeito. Neste mesmo raciocínio, pode-se afirmar que a ética é uma disciplina que orienta o sujeito em relação aos meios e fins (CHAUÍ, 1997, pp. 334-338; ARANHA E MARTINS, 1995, pp. 273-282).




Referências:

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando Introdução à Filosofia. 2 e. São Paulo: Moderna, 1995.

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 9 e. São Paulo: Ática, 1997. 440 p.

NALINI, José Renato. Ética Geral e profissional. 2 e. São Paulo: Editora Revista dos tribunais, 1999.
NADER, Paulo. Filosofia do Direito. Rio de Janeiro Forense, 2004.

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