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sexta-feira, 31 de julho de 2009

GÊNEROS DA LINGUAGEM: A COMUNICAÇÃO DO DIA A DIA

Afonso de Sousa, Professor de Filosofia, Sociologia E Política Educacional Brasileira da FAFIMAN. E-mail: , afonsoc3@hotmail.com

Comunicação oral Resumo.

Introdução: Neste trabalho, as várias formas de comunicação, oral e escrita, apresentam alguns significados de gêneros que são utilizados na retórica e na literatura. Estes, por sua vez identificam: os clássicos - o lírico, o épico e o dramático - e os textos modernos - identificados como romance, novela, conto, drama etc. Objetivos: Demonstrar que o uso dos vários gêneros, escritos ou orais favorece o relacionamento humano e melhora a utilização da língua. Reconhecer que o uso da língua efetua-se em forma de enunciados orais e escritos e este se origina dos integrantes da atividade humana. Material e método: Este estudo analisa ORLANDI, Eni Puccinelli.A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso. S. Paulo: Brasiliense, 1983; BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Trad. Maria Ermantina G.G. Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 1992. Língua Portuguesa e Literatura. Cadernos de Ens. Fund. V. 8. SEED – Ensino de Primeiro Grau. Curitiba, 1994. Estes afirmam que a escola ajuda a cultivar seus tipos relativos e estáveis de enunciados, denominados de gêneros do discurso. Na ponte entre o professor e o aprendiz passam os vários gêneros da linguagem. Discussão: Escrever e falar com qualidade consiste em produzir a variedade dos gêneros do discurso. As produções dos gêneros do discurso são muitas. Estas atingem as diferenças: facilitam a compreensão, simplificam e objetivam a comunicação e aproximam os grupos para que criem e aumentem consciências individual e coletiva. Os gêneros aqui apresentados podem ser vistos como: primários – fazendo parte do cotidiano da linguagem (do imediato) -, expressos em formas de bilhete, cartas, diálogos, relatos familiares e outros; secundários (do mediato) – formulados pela linguagem oficializada -, destacados em romance, teatro, discurso científico, teses etc. Conclusão: Os comunicadores, ao relacionar-se com os outros, passando-lhes suas mensagens escritas ou orais, no momento da escolha do gênero, estes não se tornam espontâneos. O uso das mensagens depende de finalidades, tais como: informar, argumentar, instruir, entreter, seduzir, convencer, doutrinar, propagar e outros. As práticas discursivas e os gêneros do discurso variam conforme o texto é produzido. O texto escrito traz em seu bojo o objetivo de quem o escreveu, para quem o escreveu, porque o escreveu, onde o escreveu e outras exigências. Palavras-chave: Gêneros. Discurso. Linguagem. Práticas comunicativas.







GÊNEROS DA LINGUAGEM: A COMUNICAÇÃO DO DIA A DIA
CAVALCANTI, Afonso de Sousa, Professor de Filosofia, Sociologia E Política Educacional Brasileira da FAFIMAN. E-mail: , afonsoc3@hotmail.com

Introdução
Neste trabalho, as várias formas de comunicação, oral e escrita, apresentam alguns significados de gêneros que são utilizados na retórica e na literatura. Estes, por sua vez identificam: os clássicos - o lírico, o épico e o dramático - e os textos modernos - identificados como romance, novela, conto, drama etc. Para que o sujeito possa exercitar plenamente a cidadania, a moralidade, a felicidade, a reciprocidade e se realizar na solidariedade, o caminho exclusivo a ser trilhado é o da apropriação do saber cultural, científico e social, que a humanidade já processou nos mais variados tipos de textos que estão em circulação. Por isso, nesta pesquisa serão tratadas questões fundamentais como: se o professor entrar exigindo de uma vez a gramática, o uso de análises sintática e morfológica e impondo as regras da língua, isto poderá cansar os alunos, levando-os até mesmo à evasão escolar; a prática moderada, ao realizar exercício de confecção de gêneros (bilhetes, cartas, crônicas, narrações, e-mails e outros), isto faz com que o alunado aprenda a dialogar, a escrever, a falar bem e corretamente; a não cobrança maior e imediata da exatidão da língua, dá mais oportunidades para que os alunos produzam e encontrem por certo seus erros e os corrijam.

Exercícios de oralidade e de escrita
A oralidade é um dos conteúdos estruturantes do ensino da língua portuguesa. Por ser estrutural, é de fato o mais utilizado. Muitos professores consideram importante a escola trabalhar a oralidade, não importa o gênero a ser exercitado. Se o professor despejar no aluno tarefas longas que exijam de uma vez a gramática, a análise sintática e morfológica, e imponha, com muita rigidez as regras da língua, sem dúvida os alunos adquirirão cansaço e encontrarão grandes fantasmas, levando-os até mesmo à evasão escolar. Com doses equilibradas, acredita–se que a prática constante de exercícios com os gêneros definidos, segundo as necessidades e possibilidades do alunado, como nos casos dos mais utilizados, nas formas de bilhetes, cartas, crônicas, narrações, e-mails, bate-papos e outros. Estes farão com que o alunado aprenda a dialogar, a escrever, a falar bem e corretamente, além de exorcizar os fantasmas do medo de falar em público e de redigir textos científicos. O exercício constante da oralidade e da escrita, sem cobranças maiores que exigem de imediato a exatidão da língua, os aprendizes não terão maiores dificuldades em produzir e por certo, detectarão os erros e corrigi-los-ão. Este exercício, praticado dentro e fora da escola aponta possibilidades educacionais relativas à linguagem e ao seu uso, de forma que a produção e a compreensão de texto, a partir dos mais diversos objetos pesquisados, se realizem de modo significativo. Acredita-se que mesmo a prática constante do falatório (desde que não incentive o falso testemunho e o hábito da perda de tempo), isto é viável para a oralidade.
Ao pensar a metodologia, no preparo das aulas, o professor deve definir bem as estratégias (estudo em grupo e em equipe, leitura e interpretação de texto, confecção de resumo e resenha bibliográficos, interpretação e confecção de gráficos e de cartazes, projeções de vídeos, filmes e data show, apresentação de resultados de estudos e peças teatrais, recitação de poesias e apresentações de canções e outros) a fim de que os aprendizes fiquem ocupados o tempo todo e aprendam a administrar o tempo escolar para oralidade e a escrita.

Os vários gêneros e o poder da linguagem.

Ao refazer os sentidos dos vários gêneros, quer na oralidade ou na escrita, fica muito claro que:
1. A oralidade desperta os alunos a ter que pensar para poder falar. Se estivermos nas salas de aula e os alunos permanecerem calados, é sinal que não têm nada para falar ou então a turma ainda não se conhece. Acontece que isto dificilmente ocorre, em todas as idades;
2. A oralidade que vai desde a conversa mole, a fofoca, o falatório, o discurso de tribuna, a apresentação teatral, leituras e exposições de contos, poesias, cartas e outros gêneros, deve ser muito bem explorada, nas formas multidisciplinar, transdisciplinar e interdisciplinar, na escola;
3. Toda e qualquer celebração que exige o uso da voz, de forma a transmitir idéias e expressar sentimentos, isto é a oralidade. A oralidade desinibe, exige que o sujeito aprenda a falar e mais, organize suas idéias para não passar por ridículo;
4. Aquele que domina perfeitamente a oralidade, é sinal que detêm o chamado discurso mental, caso contrário não exporia o discurso verbal oral.
Os detentores de discursos verbais orais precisos podem muito bem exercitar o discurso verbal escrito e inclusive dominar diversos gêneros da comunicação, de acordo com as necessidades e conveniências, realizando as quatro finalidades básicas da linguagem que são:
a) Registrar tudo aquilo que é causa de todas as coisas, quer passadas, presentes ou futuras e que provocarão mudanças sociais; transmitir conhecimentos significativos aos outros, quer em forma de ensinamentos ou apenas de curiosidades.
b) Fazer com que os outros conheçam nossos objetivos e entendam o que projetamos para ajudar a todos os que nos cercam.
d) Agradar a nós mesmos e aos outros, como é comum à criatividade nos momentos de lazer e de enriquecimento cultural dos povos (HOBBES, 1992. p. 20-21).

Conclusão
Ao demonstrar o uso dos vários gêneros, escritos e orais, percebe-se que o sujeito favorece o relacionamento humano e melhora a utilização da língua, ao mesmo tempo em que reconhece que o uso da língua efetua-se em forma de enunciados orais e escritos e este se origina dos integrantes da atividade humana. Este estudo analisa ORLANDI, Eni Puccinelli.A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso. S. Paulo: Brasiliense, 1983; BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Trad. Maria Ermantina G.G. Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 1992. Língua Portuguesa e Literatura. Cadernos de Ens. Fund. V. 8. SEED – Ensino de Primeiro Grau. Estes autores ensinam que aqueles que detêm o ofício de ensinar, necessariamente devem dominar a metodologia eficaz, de forma a facilitar o aprendizado por intermédio de instrumentos do ensino aprendizagem que causem prazer.
Escrever e falar com qualidade consiste em produzir a variedade dos gêneros do discurso. As produções dos gêneros do discurso são muitas. Estas atingem as diferenças: facilitam a compreensão, simplificam e objetivam a comunicação e aproximam os grupos para que criem e aumentem consciências individual e coletiva. Os gêneros aqui apresentados podem ser vistos como: primários – fazendo parte do cotidiano da linguagem (do imediato) -, expressos em formas de bilhete, cartas, diálogos, relatos familiares e outros; secundários (do mediato) – formulados pela linguagem oficializada -, destacados em romance, teatro, discurso científico, teses etc. Os comunicadores, ao relacionar-se com os outros, passando-lhes suas mensagens escritas ou orais, no momento da escolha do gênero, estes não se tornam espontâneos. O uso das mensagens depende de finalidades, tais como: informar, argumentar, instruir, entreter, seduzir, convencer, doutrinar, propagar e outros. As práticas discursivas e os gêneros do discurso variam conforme o texto é produzido. O texto escrito traz em seu bojo o objetivo de quem o escreveu, para quem o escreveu, porque o escreveu, onde o escreveu e outras exigências.
Para encerrar esta comunicação, é interessante saber e aprofundar sobre este pensamento: todas as pessoas que consomem boa parte de sua existência refletindo sobre todas as coisas alcançadas por seus sentidos e que filosofam sobre o ato de pensar e de ser crítico, estas têm maiores possibilidades de escrever bem e de argumentar de forma precisa e clara.

Referências
HOBBES, Thomas. Leviatã. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
ORLANDI, Eni Puccinelli.A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso. S. Paulo: Brasiliense, 1983.
PERES, Marcolino Suely. Comunicação e expressão e literatura IV. Apostila do INSEP, 2006.
REALE, Giovanni e ANTISESERI, Dario. História da Filosofia. V. I, II e III. 2 e. São Paulo: Paulus, 1990.
SOARES, Magda. Linguagem e escola: uma perspectiva social. 17ª ed. São Paulo: Ática, 2002.

A conduta do homem

A conduta do homem


CAVALCANTI, Afonso de Sousa, Professor de Filosofia, Sociologia E Política Educacional Brasileira da FAFIMAN. E-mail: afonsoc3@hotmail.com


Os homens, dotados de possibilidades de desejo, de vontade e de razão; portadores de sensação, de imaginação, de comunicação, de sociabilidade, de interação com a natureza e com a sociedade, não podem ser tratados como coisas mas sim como sujeitos. Pelo fato de o homem ser sujeito, pessoa, é portador de possibilidades para conhecer e ao mesmo tempo de valores éticos. Estes valores determinam a personalidade e proíbem atos ilícitos como a exploração, o comodismo, a omissão e a geração de conflitos.
Os valores éticos apontam para o sujeito os seus limites, os seus controles contra todos os riscos e violências. Os valores definem a consciência moral e fazem com que o sujeito controle os seus desejos, os seus impulsos pessoais que são motivados pela pressão social. Através da consciência moral que é regida pela racionalidade, que o sujeito humano determina o chamado atos da vontade contra os atos do desejo. É a ação voluntária do homem que o impulsiona a tomar atitudes entre os meios e os fins. Muitas vezes os meios são imorais e cabe ao sujeito renegá-los. Aceitá-los é faltar com os valores éticos. A vontade necessita ser livre. A liberdade da vontade indica que o sujeito não está sob o poder de outros e nem de paixões e instintos. A vontade deve imperar sobre o sujeito regida pela racionalidade. A ética está no sujeito moral e este existe de fato, se a sua vida for dotada de virtudes.
O verdadeiro homem moral e ético é aquele que está para si, para os outros e para todas as coisas do mundo. Alguns atributos são indispensáveis a este sujeito moral e ético: a) perceber-se como sujeito dotado de capacidade reflexiva e ao mesmo tempo reconhecer os outros homens como seus semelhantes (iguais em humanidade); b) controlar seus desejos, paixões, instintos, sentimentos, através do livre arbítrio. Ao controlar-se, o sujeito decide e delibera sobre as diversas alternativas oferecidas pela natureza das coisas; c) agir e responsabilizar-se por suas ações, frente a si mesmo, aos outros e às coisas do mundo. Suas ações serão responsáveis na medida em que assume as conseqüências; d) tornar-se livre e senhor de si para reger seus sentimentos e ações e não se submeter às forças e aos poderes externos que interfiram em seus sentimentos e querer. Ser livre é poder autodeterminar-se através dos preceitos escolhidos por sua própria conduta.
O sujeito ético, como qualquer outro agente, coloca-se diante da passividade e da atividade. O sujeito passivo é aquele que vive uma moral heterônoma e se deixa dominar pela vontade dos outros, por seus impulsos, paixões, instintos, pela sorte indeterminada. Não se deixa levar por sua própria consciência, não é livre e nem responsável. O sujeito ativo vive uma moral autônoma e se limita nas virtudes, agindo com regras profundas que foram escolhidas livremente por ele. O mesmo controla seus impulsos, desejos, paixões e consulta a todo instante sua consciência moral que é dirigida pela razão. Ao mesmo tempo, considera os outros seres humanos e se afasta de qualquer tipo de subordinação, de violência e de má intenção.
A ética norteia a conduta dos homens e aponta valores para a cultura e a sociedade. Uma sociedade que cultiva os valores éticos julga antecipadamente os seus procedimentos e determina que todos os seus membros, movidos por fortes imperativos do dever ser, se afastem do crime e da violência, do mal e do vício. Como meta final aponta os caminhos do bem e da virtude.
A ética está presente em dezenas de ações intersubjetivas e sociais. Está na História, na política, na economia, na religião e em todas as ações sociais. Os meios exigem a presença da ética para que o sujeito alcance um fim justo. Não é viável um fim justo através de meios ilícitos. É impossível que uma liderança social seja bem sucedida e que os fins alcançados sejam morais, se os seus liderados forem subordinados por suas mentiras, invejas, crueldade, adulação, exploração.
A filosofia nos orienta no sentido causa e efeito. Neste mesmo raciocínio, pode-se afirmar que a ética é uma disciplina que orienta o sujeito em relação aos meios e fins (CHAUÍ, 1997, pp. 334-338; ARANHA E MARTINS, 1995, pp. 273-282).




Referências:

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando Introdução à Filosofia. 2 e. São Paulo: Moderna, 1995.

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 9 e. São Paulo: Ática, 1997. 440 p.

NALINI, José Renato. Ética Geral e profissional. 2 e. São Paulo: Editora Revista dos tribunais, 1999.
NADER, Paulo. Filosofia do Direito. Rio de Janeiro Forense, 2004.

A MORAL NAS POSIÇÕES ABSOLUTA OU RELATIVA

CAVALCANTI, Afonso de Sousa, Professor de Filosofia, Sociologia E Política Educacional Brasileira da FAFIMAN. E-mail: afonsoc3@hotmail.com


Os preceitos morais ou éticos são imperativos que levam os sujeitos ao dever ser. A norma de conduta vem de um valor e este valor está, para alguns, condicionado ao conhecimento da norma ética de forma a priori e, para outros, o conhecimento está na ordem empírica.
Afirmam os defensores da norma ética absolutista e apriorista que o homem “é dotado de certa bússola natural que o predispõe ao discernimento do que é certo e errado em termos éticos” (NALINI, 1999, p. 37). Dentro do homem está a possibilidade ao bem e ao mal, à verdade e à falsidade. A própria condição moral, intrínseca à natureza do homem, possibilita que ele, através de sua sensibilidade e entendimento, arranque a resposta certa e decida pelo que é melhor. O homem possui em si mesmo uma consciência estimativa do sentido do valor das coisas. É pela estimativa, pela escolha do valor que agimos. Ao agir com base no valor escolhido, sentimos que nossa ação foi moral. Ao agirmos contrários ao valor eleito, percebemos que nossa ação foi imoral. A ação parece justa ou injusta, se está ou não fundamentada no critério de estimação, na conscientização que o sujeito possui. O escritor Ernesto Hemingway “conceituou moral como aquilo que nos faz sentir-nos bem depois e imoral aquilo que nos faz sentir-nos mal depois”(NALINI, 1999, p. 38).
Para os empiristas ou relativistas não existem valores intrínsecos à subjetividade humana. O sentido do bom e do mal, do falso e do verdadeiro, do justo e injusto, está condicionado ao tempo e ao espaço, às experiências vividas pelo sujeito. As ações boas, verdadeiras e justas dependem da criatividade. Na medida da criatividade humana, os homens criam as normas morais como mero convencionalismo. Os valores dependem da vontade dos homens. Os sujeitos elaboram os valores conforme o momento histórico e de acordo com a sociedade.
Confrontando as defesas das normas absolutistas com as relativistas, verifica-se que os absolutistas tornam-se dogmáticos e fundamentalistas quando defendem que os valores não são criados e nem transformados pelo homem. Ao mesmo tempo, os relativistas ou empiristas podem também cair no erro ao afirmar que o procedimento humano está subordinado às decisões das ciências. Cabe à ética como parte refinada da moral, afinar o pensamento humano para tecer uma crítica ponderada entre as decisões de ordem científicas e metafísicas.
Já que um de nossos objetivos é apontar as várias éticas e discutir sobre seus objetos, em primeiro lugar cabe uma conceituação apurada do que é ética e qual é seu objeto.
A Ética é uma ciência - parte refinada da moral - que tem por objetivo estudar o comportamento do indivíduo no convívio social. Não se pode descartar o comportamento ético individual sem que este esteja para o convívio social. A ética é de fato uma ciência e seu objeto é o comportamento moral. A moral expressa os costumes. No convívio social, é importantíssimo que se esclareça que o objeto da ética atinge a moralidade positiva. A moralidade positiva representa o conjunto de normas que regula a vida dos homens no convívio social, em busca do bem, da verdade, da legitimidade, da igualdade e da justiça Melhor esclarecendo: ética vem de ethos (costume em grego), ao passo que moral vem de mos, moris (costume em latim). O ato é moral somente depois que foi apresentado, discutido e aprovado pelos que participam do grupo social. O ato é ético a partir do momento em que o sujeito compreende o significado de sua ação e age de livre e espontânea vontade, a partir das decisões morais do grupo em que ele está inserido.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando Introdução à Filosofia. 2 e. São Paulo: Moderna, 1995.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 9 e. São Paulo: Ática, 1997. 440 p.
NALINI, José Renato. Ética Geral e profissional. 2 ed. São Paulo: Editora Revista dos tribunais, 1999.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

TEENS II - LIA - I CANTO

DEMA
Cristalina fonte, Lia,
lá no morro, no horizonte,
canto a ti em serenata.
Tuas águas, em meus sonhos,
eu as sorvo na cascata.
Mesmo se ao raiar do dia
vejo o horizonte prata,
tua voz me é poesia,
ouço teu cantar na mata.
Já nem sei a cor do mar,
se é verde, se azulada,
se da cor do teu olhar.
O que sei, querida Lia,
é sofrer de tanto amar.
És o barco que se afasta,
se vês que me aproximo
ou então o horizonte,
quando ao monte galgo o cimo.
Vê as chagas destes pés,
tem dó deste peregrino,
que já nem mais dores sente
em viver te perseguindo.
Lia, acolha dos meus olhos
o correio voador,
levando-te a cada instante
o que tenho de amor.
Lia, fonte deslumbrante
mesmo à luz do sol poente,
beija, beija de mansinho
os lábios deste demente!

PALCO DA SAUDADE

DEMA




Ao despedir-me de ti,
as abas da cortina, em meu peito, se abraçaram.
A ti, platéia,
louca de sorrir,
restou uma atriz, só, que ainda chora:

saudade.

Desprezo amargo

DEMA - OUT/79



TUDO FAZ PRA NÃO CHORAR,
SER HOMEM,
SUPORTAR A DOR ENORME QUE O CONSOME.

PENSA.
NÃO BEBE MAIS.
LEMBRA.
DE ESPERANÇAS NÃO SE EMBEBE JAMAIS.

PORTE FIRME, ANGUSTIADO,
RUMA TRILHA DE AMARGURA.
SEU FUTURO PÕE DE LADO,
ANDA À CAÇA DE AVENTURA.

CAUSA DESSA TRISTEZA,
FRACASSO DA NATUREZA:
SEU PASSADO - FELIZ E REJEITADO.

FEBRIS EM SEUS LÁBIOS OS LÁBIOS DELA.
ENTE QUERIDO, EM ABRAÇOS SE EMBARAÇA.
À NOITE, ELE SORRI, EM SONHOS LÍRICOS SE ENVOLVE.

NA MANHÃ SEGUINTE,
TUDO ESCONDE NA CORTINA NEGRA
E COM VÉU DE ASSOMBRO
O SUBCONSCIENTE COBRE.

APRESSADO, EM TRANSTORNO,
PÁLPEBRAS ESCURAS, SUADO,
DESCE OS DEGRAUS DA LEMBRANÇA
E PISA A REALIDADE.

NEM PODE MAIS RECORDAR.
EM TODA PARTE ESTÁ SÓ.
POR AMAR DEMAIS: SOFRER E SUPORTAR.

A ESMO PELA VIDA
VAI ATÉ QUE SARE,
QUEM SABE???
DESPREZO AMARGO.

domingo, 26 de julho de 2009

A VIRTUDE NATURAL DE ENVELHECER

Colaboração- Joao Cavalcanti. Campo Largo, 26 de Maio de 2009
(org. Afonso de Sousa Cavalcanti)

A VIRTUDE NATURAL DE ENVELHECER

O envelhecimento é inerente a todo ser vivo, que um dia nasceu, cresceu,passou por suas fases naturais, reproduziu ou não, esgotou suas energias corporais e um dia deve morrer.
Dizia minha falecida mãe Albertina que para morrer e necessário estar vivo e bem vivo!
Na sua simplicidade de vida, ela afirmava uma coisa muito natural e foi vivendo de modo muito simples e natural que teve 14 filhos, abortando 3, criando 11, sendo que 4 morreram ainda crianças com menos de 4 anos, vítima de malaria e males da terra.
Dos que sobreviveram, uma se foi aos 42 anos vitima de um AVC agudo.
Os seis sobreviventes a mais velha tem 71 anos e a mais nova 54, que passamos naturalmente pela infância, adolescência, idade adulta e os quatro mais velhos já são idosos pela lei brasileira. Quantos anos vão viver ninguém sabe. Se algum bater o Recorde, até hoje do Guines Book, chegará a 131 anos. É possível, mas será difícil!
Essa pequena história de uma família, é a mesma que poderia ter acontecido com qualquer uma outra de forma mais natural. A Psicologia afirma que a ONTOGENIA REPETE A FILOGENIA, isto vale dizer que cada ser humano que nasce, vai imitar todos os gestos e passos de seus ancestrais ou aprender com eles ou com outros. Isto acontece desde quando apareceu o HOMO SAPIENS. Assim nos primeiros tempos vivemos deitados, depois caminhamos engatinhando e usando os quatro membros, depois nos colocamos de pé e, com o tempo, começamos a curvar nosso corpo, sinal que nossas reservas energéticas estão se esvaindo e o fim se aproxima ou não.
Na sociedade capitalista como a nossa e na maior parte do globo, a supervalorização do novo e o culto ao belo são essenciais, assim sendo o velho se torna descartável em muitos casos. Para evitar isto, só sendo um OSCAR NIEMAYER, que ficou famoso e é famoso com mais de 101 anos.
O VICENTINO, participando das conferências, dos conselhos particulares, dos conselhos centrais, conselhos metropolitanos, conselho nacional ou conselho internacional, direta ou indiretamente, estará sempre ligado ao tema ENVELHECER. Seu campo de atuação será sempre a promoção humana, não importa a idade que se encontre o pobre individualmente ou a família do pobre.
Mundialmente falando, a maior atuação das conferências vicentinas, está ligada diretamente ao velho abandonado, excluído da sociedade onde viveu, foi proprietário, autoridade, participou de decisões importantes, foi jovem, adulto, respeitado, teve posses, foi tratado como gente, tudo isto em épocas que era igual à maioria, era forte e gozava esplendidamente de suas faculdades mentais, tinha energia física, era amigo de muitos, produzia e se igualava à maioria dos viventes humanos.
Velho, alquebrado, doente, muitas vezes com doenças degenerativas e letais, se torna um objeto DESCARTÁVEL, algo que atrapalha, já não caminha, não consegue nem se alimentar com as próprias mãos, não enxerga, não ouve, não consegue criticar, não participa de decisão nenhuma e em muitas situações é tremendamente explorado, as vezes pelos próprios ditos FAMILIARES, que se apossam dos seus bens adquiridos ao longo da vida ou de um simples cartão de aposentadoria que lhe provém o mínimo do sustento com referência à alimentação, remédios e vestuário.
E assim nos perguntamos onde fica a expressão ENVELHECER COM DIGNIDADE? Esse resto de gente, tem reservado seus direitos, graças às leis como por exemplo o ESTATUTO DO IDOSO. O estatuto existe, os que devem fazer o cumprimento do mesmo estão lá nos seus gabinetes, ganham para isso e são bem pagos. É amargo saber que o RESPEITO ao documento em grande escala não é cumprido mesmo dentro de instituições asilares, chamados atualmente de internamentos de longa permanência, que ainda continuam com nome de LAR DOS VELHINHOS, ASILO DE VELHOS SÃO FULANO DE TAL etc.
Para findar esta reflexão, coloco-me diante do espelho e observo a mim mesmo, percebo-me já envelhecido. Procuro olhar por dentro de mim mesmo, de minha vida pregressa e analiso o que até hoje já fiz em favor daquele que envelheceu. Por muitas vezes estive com os universitários e continuo dialogando com eles. Percebo que estou com dívidas com a velhice brasileira. Quem bom a gente poder falar para um jovem que não reconhece os méritos daquele que envelheceu de forma saudável. Para este jovem que na cara dura me diz: “Você está velho, está um caco!”. Para este eu tenho o prazer de dizer: estou velho, mas estou vivo!

Profunda reflexão filosófica

Amistosamente dedicada ao Dr. Afonso de Sousa Cavalcanti

DEMA

Sempre me dei conta de que o mais importante há que ser sempre o principal. Dedutivamente, o restante será acessório ou secundário. Pode até ser que os acidentes, integrando o todo, constituam, com este, a essência do ser, mas se falta a substância, não se agregam os acessórios.
Depois de muito refletir, descobri o óbvio extravagante e pude concluir:

QUALQUER COISA É QUALQUER COISA E VICE-VERSA

sexta-feira, 24 de julho de 2009

A PROPAGAÇÃO DO EVANGELHO

A PROPAGAÇÃO DO EVANGELHO

Afonso de Sousa Cavalcanti


Clemente pensou que poderia matar a fome de muita gente,

colocou a mão na massa e produziu pães para eles.

Em seguida pôs suas mãos orantes

e depois viu que poderia transcender o ato de ser padeiro,

afastou-se do puro serviço braçale se uniu ao servo Afonso Maria de Ligório.

Depois de passar horas e horas de profunda ascese

incorporou o "Dies impendere pro redemptis"(Consumir os dias em prol dos redemidos)

e foi muito além do propagar do Evangelho.

Clemente serviu-se da fragilidade humana

e aprendeu a cultivar o rico slogan,

muitas vezes repetido por Afonso:"Quem reza se salva..."

e foi adiante de seu tempo.

Convidou milhares de pessoas

para que falassem em nome de Deus e rezassem, rezassem muito.

As pregações de Clemente foram tão fortes,

seus convites continuam a vibrar através dos missionários

que com jeito e graça trazem novos meninos aos seminários

para que ensinem os milhares de pessoas

a se juntarem no divino propagar do Evangelho.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A MISERICÓRDIA DE DEUS E O HOMEM PECADOR


Afonso de Sousa Cavalcanti – Ex-seminarista redentorista: 1969-1974

Ao admitir que os seres humanos, antes do processo civilizatório, experimentaram os sofrimentos do estado de natureza e viveram por séculos mergulhados em guerras e conflitos, onde suas vidas eram “curtas, sórdidas e embrutecidas” (HOBBES, 1983), CERTIFICA-SE QUE:
a) milhares de instituições organizaram saberes com o intuito de regimentar os direitos naturais em direitos civis, evitando os conflitos sociais de todas as naturezas;
b) após o entendimento e a sensibilidade de pesquisadores engajados nas ciências humanas e sociais, novos métodos comportamentalistas foram criados, de forma a facilitar a compreensão e aceitação da moral provisória instituída pela nova sociedade civil;
c) com a existência do Estado e com as definições de suas formas de soberania, em muitas nações, houve lugar especial para o culto religioso. E, com a excelência da religiosidade, pode-se dizer que o Cristianismo trouxe à luz um novo tempo, veio com ele a chave de ouro bíblica: “Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles. Esta é a Lei e os Profetas” (Mt 7,12);
d) com a Pedagogia Cristológica, a Igreja Católica instituiu os sacramentos. Com grande eficácia, os participantes ativos se aproximam da graça divina. O confessando, num gesto de pura humildade, esvazia o peso de sua consciência moral, narrando em voz alta os erros por ele cometidos. O confessor, ordenado pela bondade infinita de Deus, usa da misericórdia do Senhor e perdoa os pecados;
e) a misericórdia divina é grandiosa e redentora para perdoar e salvar todos aqueles que erraram por pensamentos, palavras e obras maledicentes.
Aprendemos com os bons confessores e neste texto quero prestar uma fervorosa homenagem ao padre Hélio Libardi, CSsR, que com sabedoria nos ensinou que: o cristão que vive em bom estado de oração, comunhão, esmola e outras asceses religiosas, este dificilmente cai em pecado grave. Neste caso, quando precisar buscar um sacerdote para se confessar, pode dizer a ele que veio “solicitar a renovação do perdão de seus pecados”, pois no período em que está vivendo, após a última confissão, este tem convicção de consciência que não se afastou da comunhão com a sua Igreja. Afastar-se da comunhão com a Igreja é pecar. O pecado consiste em matar, explorar, excluir, diminuir, afastar o outro de seus direitos individuais e coletivos. Para este padre, DEUS NOS QUER SEMPRE BEM NA MEDIDA EM QUE O BUSCAMOS.




HOBBES, Thomas. Leviatã ou matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

TEENS

DEMA
Bem cedo a vida a mim sorriu
e fez-me pura qual a aurora.
Ah! Deus Criador, Deus céu anil!
Tudo o que sou a Ti dê glória!
Riso infantil houve em meus lábios,
inocentes, mui róseos, sábios.
Zás!!!! Sujaram meu mês de abril.
Adeus, meus anos de menina!
Rumando ao léu, vou vida afora,
deixando a alma em cada esquina,
unida à lágrima que rola.
Imploro a Deus: seja me ouvidos,
não deixe atrito aos mais queridos,
inflame amor no ódio de agora!
Dourado o dia volta a raiar
e me envolve, me reesperança.
Orvalho fresco a mim descansa,
lava meu ser, põe-no a brilhar.
Inteira rapta-me e o roubo.
Vibramos, sofremos, mas vamos.
Que a sorte nos livre do lobo!
Irrequietos, com Deus contamos.
Remos nas mãos, ondas da vida.
Ah! com o futuro Deus lida...

terça-feira, 7 de julho de 2009

CONTRÁRIOS

Dema


Por vezes me deparo
a admirar a beleza e a força dos contrários.

Amor e ódio caminham dorso a dorso,
por tênue lâmina separados.
E se se voltam, se engalfinham
ou se entrelaçam:
te amo e te odeio,
mas se te odeio é porque te amo.

Tal qual a luz penetrando as trevas
e as trevas abocanhando a luz.
O finito com medo do infinito
e o infinito temendo ser finito.

É a vida que se debate contra a morte;
a morte inconformada em ser vencida pela vida.

Sorte de alguém, azar de outrem.

Eis o tudo se opondo ao nada
e, quem sabe, o nada resumindo o tudo.

Todavia,...

É no embate dos contrários que o devir exsurge
e o positivo se constrói.

Amor e ódio fazem a guerra.
Da guerra nasce a paz.

No contraditório transparecem as divergências,
mas delas brota a convergência.

Na alegria se esquece da tristeza
ou dela se ri.
Na tristeza se mensura até o sorrir.

Na saúde não se pensa na doença,
e na doença aquela se valida.

Na presença não se sente a dor da ausência,
já na ausência nasce a saudade.

Na riqueza se desdenha da pobreza.
Na pobreza se descobre
quão pouco vale a riqueza.

Longe dos contrários o relativo,
que nada edifica:
certo pode ser errado,
belo e feio se confundem,
sobressai-se o subjetivo.

Bom mesmo é a luta dos contrários,
ver a débâcle deste ou daquele.
Se bem que não exista “quase vivo”
e muito menos “quase morto”
(quem “quase vivo” ainda está morto
e quem “quase morto” ainda vive),
preciso é estar vivo pra morrer
e morrer pra poder ressuscitar.
Vale!!!