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terça-feira, 9 de abril de 2019

Diário


dema

Linda, mais linda não há,
maravilha,
carnaval, folia.
Oh, lá vem chuva
- adeus ciclovia!
Carro afogado nos rios das ruas,
barreira caída,
casas levadas, sonhos perdidos.
Há de tudo no morro
vizinho da city:
funk, churrasco na laje;
bala de festa, festim,
de fuzil, de metralha
(sibila perdida
à caça de vida);
gente de muita e de pouca coragem,
gente grã-fina e gentalha.
De noite ou de dia, o bandido desce,
invade, arrasta,
sequestra e mata.
Lá onde o Estado não chega,
milícia comanda, gangue discorda,
o caveira invade, a polícia massacra
(quem tem perna se esconde na mata).
Num monte mais alto,
olhando a cidade
o Cristo (diz-se que) redime,
sobre a névoa corrompida,
alucinógena até,
o pobre, o rico, o santo, o bandido,
a morte e o crime.
Comédia e tragédia,
diário de um Rio.



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