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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Um brinde de Nathan de Castro

Senhora Solidão

                          Nathan de Castro

Senhora Solidão, aceite o abraço
deste poeta amigo e de um só tema.
Venha dançar comigo no compasso
descompassado e aflito do poema.

Valsando a madrugada, a vida passa
no ritmo envolvente das serestas.
senhora Solidão, permita a graça
deste velho bolero sem orquestras.

Dona de mim, eu quero esse perfume
e o ombro nu com cheiro de pecado.
Dois pra lá, dois pra cá, corpos em lume

incendiando a noite da cidade.
Senhora Solidão, não me acostume
na dança atrapalhada da saudade.


(Nathan produz sonetos aos cântaros. Este está inserto em
IDDI noites de sonetos & rabiscos
Scortecci Editora)

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Eterna jovem musa

Dema



O mundo passa,
A fila anda,
Eu fico.
Sobrevivo.
Ela aparece,
Também fica,
Vive,
Amadurece.
Bela sempre,
Em cultura cresce.
Silhueta estelar,
Alma gêmea,
Vê-la me
Rejuvenesce.
De século um quarto
Mensura o tempo
Em ordem a ocuparmos o espaço.
Pólos inversos,
Quais ímãs
Se atraem,
Se fundem
No semi-eterno
humano ser.
O coração põe palavras na boca,
A alma geme a angústia do tempo
Pudéssemos nascer novamente,
A solidão, louca,
Outras trilhas vagaria
E, dementes,
Os deuses tornariam
Perene
Um novo presente.
Ama, amém!!!