sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Luzes opacas


dema


Luzes urbanas contristam o luar,
pranteia com ele o fulgor das estrelas;
saudosos do embalo nas ondas do mar,
pedem à procela pra não escondê-los.

Ansiosos, aguardam o giro terrestre,
pra longe das urbes, reinando de novo,
expandir ao largo seu poder celeste
e ativar o estro dos vates do povo.

Recostada à janela do apartamento,
queixosa donzela embaralha as madeixas;
lágrimas, mágoas, enfadonho lamento,
nunca fora amada senão como gueixa.

Mesmo seus sonhos parecem ofuscados
tais quais a lua e as estrelas no céu,
quem sabe amanhã, depois de renovados,
permutem o amargo por sabor de mel;

nas voltas da terra e na roda da vida,
em plagas longínquas com lustre estelar,
na luta, jamais se dando por vencida,
o brilho do amor ela possa encontrar.

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