sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Silêncio branco

dema

Apenas traços,
caracteres sem laços,
riscos, rabiscos,
entre eles, um silêncio branco.

Rodo mundos, rodo temas.
Balanço, espremo, espanco,
nem de longe, um poema.
Penso, então, cantar a dor,
mas dor se chora, não se canta,
o que se canta é o amor;
das canções, é a que encanta.

Ah, o amor, tema batido,
salvo quando excepcional,
por que não deixá-lo olvido (?)
ou será peça banal.

Até onde a insistência?
Tudo faz-se trivial,
não demora, a desistência
chega com ponto final.

Quem sabe, num noutro dia,
com leveza e intenso encanto,
de minh’alma, ora tão fria,
brotem, para teu espanto,
versos plenos de poesia,
que, levando tua rotina,
tragam risos junto ao pranto,
como quando eras menina.

Hoje, porém,
apenas traços,
caracteres sem laços,
riscos, rabiscos,
entre eles, um silêncio branco.



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