quarta-feira, 24 de julho de 2013

Madrugada


dema

Sou a madrugada fria que acolhe tua insônia,
quem escuta as angústias que em lágrimas relatas
e dilui, dopando a noite, o forte cheiro de colônia
ou do drink excessivo que de ti te arrebata.

Sou a sombra nos teus sonhos de amor e de orgias,
quem suporta as serestas que frequentas embalado
pelas luzes e perfume das mulheres de ousadia,
incutindo-te o sentir de que estás apaixonado.

Sou a noite mergulhando em busca de novo dia,
amainando tuas mágoas, tua dor, tua agonia;
sou aquela a conduzir-te ao retorno pra razão,
qual sensata conselheira à voz do teu coração.

Também sou a esperança de que ainda encontrarás
a metade que te falta a complemento do que estás;
será ela a alma gêmea a trazer-te o infinito
pra alegria do poeta no seu verso mais bonito.

Sou serena, sou friagem, sou silêncio, sou aragem
sou a noite já cansada procurando estalagem;
despedindo-se da lua, vendo o sol de “oi!” e “adeus!”,
pra depois de um sono curto voltar aos deveres seus.

Se por vezes me pergunto “meu Deus, que destino esse,
ser das damas, do insone, ser do ébrio, do bandido? “
Logo, logo, me arrependo, pois talvez eu não devesse,
se ser hora da poesia já me faz todo o sentido.

domingo, 21 de julho de 2013

CONFIANÇA

dema

Confiança tida intacta,
talvez o maior tesouro;
vale muito mais que prata,
reluz duas vezes ouro.

Qual u’a jarra de cristal,
tem seu brilho transparente;
sem a essência integral,
será como inexistente.

Caso uma vez arranhada,
arranhada para sempre;
se inteiriça conservada,
não encontra concorrente.

Não admitem, seus elos,
qualquer sorte de emenda;
quem depositário dela
conquistou a grande prenda.

Os amigos, geralmente,
a delegam entre si,
fazendo juras eternas
de jamais a destruir.

Por isso convivem bem,
amizade e confiança;
patrimônios que se levam
à eternidade-esperança.

E neste palco terreno,
pouco importando a idade,
onde esta dupla se instala

sábado, 20 de julho de 2013

PÉ DE POESIA


dema

No meio do meu quintal,
tem um pé de poesia,
que vasculho todo dia
à procura de um fruto
pra encher-me de alegria.
Ele fora muito fértil,
mas agora, diferente,
não verdeja, não floresce,
não dá fruto nem semente.
Inda que o regue sempre,
que o adube, que o pode,
que o proteja dos pulgões,
ele nunca mais me acode
mesmo a poder de orações.
Já pensei erradicá-lo
e queimá-lo inteirinho,
pra plantar em seu lugar
um pé de amor e carinho,
onde toda ave canora
pudesse fazer seu ninho.
Tenho medo, no entanto,
(baixinho, pois é segredo)
de que não vingue a plantinha
e solidão me cause pranto,
matando a esperança minha
de que, talvez algum dia,
farfalhando densas folhas
do velho pé de poesia,
eu descubra um fruto novo
carregado de sementes,
a germinarem na alma
deste poeta demente.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

XVIII ENESER – CERESP – APARECIDA – SP – JULHO/2013

 De 12 a 14 de julho/13, estivemos (Ademar I. Silva, Eduardo H. Carvalho e Davi Medeiros) participando do XVIII Encontro Nacional de Ex-Seminaristas Redentoristas, em Aparecida/SP, no Antigo Seminário Santo Afonso, hoje CERESP. Como sói acontecer, foi um evento maravilhoso, quando nos confraternizamos com velhos e novos amigos e, em nossas orações, com o Cristo Redentor. O encontro é uma promoção da UNESER, através de sua diretoria, a quem transmitimos nossos agradecimentos e parabenizamos pela excelente organização.
Eis as fotos.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

POEMA LINDO

(dema)

Eu fiz um poema lindo,
todo mundo o admirou;
quem o lê fica sorrindo,
pois ele fala do amor.

O amor rima com o sol,
com a lua, com a estrela;
infla a cada arrebol
no delírio por querê-la.

Harmoniza-se com a terra,
com as águas, com a luz;
flui do todo que se encerra
na pessoa de Jesus.

Presente na natureza,
inerente à oração,
incrementa sua beleza,
traz paz ao seu coração.

O amor gera o afeto,
o afago, o carinho;
cura a dor e o desafeto
daquele que está sozinho.

Faz-me às vezes impulsivo
e minha alma abrasada,
chego a ser obsessivo
pra abraçá-la, minha amada.

No amor se vê a essência
a exalar do Criador,
já que onde faz presença
afasta mágoa e rancor.

Par’esse sentir divino,
que sempre se cantem vivas,
se no seu plano, o Deus trino
quis os homens seus convivas.

Eu fiz um poema lindo,
todo mundo o admirou;
quem o lê fica sorrindo,

sábado, 6 de julho de 2013

Onde a poesia?


dema

Hoje meu coração chora,
sequer ele balbucia,
a poesia foi-se embora,
onde a luz que me alumia?

De amor ele está vazio
mas inflado de saudade
de quando era novidade
um belo corpo de Maria;

De quando ao clarear do dia
com afeto, com carinho,
à donzela ele pedia
que à noite voltasse ao ninho.

Se de amor está vazio,
é que talvez nunca amara,
nesse coração tão frio
nenhuma paixão restara.

Os encontros passageiros
foram –se como vieram,
mesmo se alvissareiros,
não deixaram qualquer elo.

Como águas de um rio,
correram os anos a fio
levando a tão venturosa
jovem vida cor de rosa.

Mas agora até a poesia
que de herança me ficara
tornou-se coisa mui rara
a plenificar meu dia.

E assim o viver azanga,
ausente  um amor por canga.
Suplico que volva o tema
com poesia pro poema.


http://www.demaisilva.com.br/ONDE%20A%20POESIA.htm