terça-feira, 9 de outubro de 2012

Negaça

dema

Aguardo teu cio,
felino, te negaceio.
Tua vida,
minha sobrevida.
Darwin me diria “sim”.
À caça da presa,
te espreito, me reteso,
armo o pulo.
Não passas,
sorte tua,
meu azar.
Farfalhas na verde folhagem da vida-arvoredo,
tenho nas mãos o teu medo,
tua inocência;
quero o teu segredo,
sem clemência.
A fortuna te agracia,
mas chegará a hora, o dia,
do salto, o momento,
pra matar-te com profundo sentimento
e fantasia.
Far-te-á vítima a paixão
que a mim maltrata.
Por inteira, tomar-te-á,
te domará.
De tua algoz à sempiterna companheira.
Perpétuo fará teu sacrifício.
E tu me tomarás em posse,
aos poucos, em domínio.
Ter-me-ás em propriedade plena,
algozes e vítimas em recíprocas,
inferno e céu,
desnudos de solidão,
imersos no tempo da eternidade,
sucumbir-nos-emos.
...

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