domingo, 3 de abril de 2011

Redundâncias óbvias

                                           Dema

Ululante inferência evidente.
Ah! Tolice? Que horror!
Brincadeira inocente
Pra se ler de bom humor.

Constatei num certo dia
Que nascera e vivia.
Se não tivesse nascido,
Eu jamais aqui estaria.
De morrer? Eu não duvido.
Disso tenho garantia.
Estou cansado de saber:
Semente eu não posso ser.

Burrice mental? Nem ver!
Tinha ânsia do saber,
Ser amigo da sofia,
Mesmo em vã “filosofia”:
Com raciocínio profundo
Máximas eu construí.
Haverá alguém mais no mundo
Pr’assim poder proferir: ?

“Qualquer coisa é qualquer coisa
e vice-versa também”.
Se vice é versa, não sei,
mas versa vice é amém.

“Avesso de ‘nada’ é ‘tudo’,
Mas, então, o ‘nada’ já é.
Se ‘nada’ é, não é nada,
Sequer o avesso de ‘tudo’”.

“Importante é o principal”,
Eis aí bom corolário.
Mesmo se fenomenal,
“Todo o resto é secundário”.

Bem-me-quer e mal-me quer,
Faça sua dedução:
“Salve-se quem puder,
Trumbique-se quem não”.

                   ...

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