domingo, 3 de maio de 2009

CONSELHO

DEMA
Por que chorar a noite?
Pensa-a tanto tagarela?
Ou por quanto surra ela
o presente com açoite?
Memórias que a luz do dia
não permite deslumbrar
trazem à tona este palpite:
do convés jogar-se ao mar.
Melhor seria não ter
a lamentar o que se foi
no curso da existência:
mesquinhez do ex-vir-a-ser.
Noite que a tudo alonga,
- curta noite -
adormece o que há de vir,
entorpece o devenir.
Um pouco de sol sobre o viver,
raio de luz abocanhando as trevas!
Um dedo de Deus, quiçá,
pra noite novo paladar!
Pensar o ser ao léu da vida,
jurar amor pro que será,
medir co'espaço a esperança,
saltar na pressa de chegar!

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